
A renda fixa sempre foi considerada uma opção de investimento segura, ideal para aqueles que buscam previsibilidade e retornos consistentes. Recentemente, surgiram oportunidades oferecendo até 1,3% ao mês com baixo risco, o que naturalmente despertou o interesse de muitos investidores. Mas será que esses investimentos são realmente seguros? Neste artigo, vamos analisar as vantagens, riscos e detalhes desses ativos.
O Que Significa um Retorno de 1,3% ao Mês?
Antes de entrar nos detalhes, é importante entender o impacto de um rendimento de 1,3% ao mês na prática. Esse percentual equivale a aproximadamente 16,77% ao ano quando aplicamos os juros compostos. Esse rendimento é consideravelmente superior à Selic atual, que gira em torno de 11% ao ano.
Quando ouvimos sobre investimentos em renda fixa com essa rentabilidade, é fundamental avaliar:
- O prazo do investimento
- O emissor do título
- A liquidez
- A existência ou não da garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)
- Os riscos embutidos na aplicação
Quais São os Ativos Que Podem Render 1,3% ao Mês?
Dentre os produtos de renda fixa que podem oferecer esse retorno, destacam-se:
1. CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio)
Os CRAs são títulos de dívida emitidos por empresas do agronegócio para captar recursos. O diferencial desses títulos é que são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, tornando-se mais atrativos em relação a outros ativos tributáveis.
Vantagens dos CRAs:
✅ Isenção de IR para pessoa física ✅ Rendimentos superiores a muitos CDBs e LCIs/LCAs ✅ Diversificação do portfólio
Desvantagens dos CRAs:
❌ Não têm garantia do FGC, o que aumenta o risco ❌ Dependem da saúde financeira da empresa emissora ❌ Baixa liquidez, com vencimento geralmente entre 3 e 7 anos
2. CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários)
Os CRIs funcionam de maneira semelhante aos CRAs, mas estão atrelados ao mercado imobiliário.
Vantagens dos CRIs:
✅ Isenção de Imposto de Renda para pessoa física ✅ Rentabilidade atrativa, muitas vezes atrelada ao CDI + prêmio ✅ Instrumento de diversificação
Desvantagens dos CRIs:
❌ Também não contam com a proteção do FGC ❌ Dependem da solvência da empresa que emitiu os papéis ❌ Liquidez reduzida
3. Debêntures Incentivadas
As debêntures incentivadas são títulos de dívida emitidos por empresas para financiar projetos de infraestrutura e, assim como os CRAs e CRIs, contam com isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.
Vantagens:
✅ Isenção de IR, aumentando o rendimento líquido ✅ Diversificação da carteira de investimentos ✅ Possibilidade de retornos acima da média da renda fixa tradicional
Desvantagens:
❌ Sem garantia do FGC ❌ Risco atrelado à empresa emissora ❌ Prazos longos, dificultando o resgate antecipado
Como Avaliar o Risco Destes Investimentos?
Embora essas opções ofereçam retornos superiores ao CDI tradicional, é fundamental entender que maior retorno geralmente significa maior risco. Veja os principais fatores que devem ser considerados antes de investir:
1. Classificação de Risco do Emissor
Títulos de renda fixa como CRAs, CRIs e Debêntures são emitidos por empresas privadas. Para avaliar o risco, consulte a nota de crédito atribuída por agências de classificação de risco (como Fitch, S&P e Moody’s). Quanto melhor a nota (ex: AAA), menor a probabilidade de calote.
2. Prazo e Liquidez
A maioria desses investimentos tem prazos longos, variando de 3 a 10 anos, e não permite resgate antecipado sem perdas significativas. Antes de investir, é essencial garantir que você não precisará do dinheiro antes do vencimento.
3. Rentabilidade Real x Inflação
Se a inflação estiver muito alta, a rentabilidade real do investimento pode ser comprometida. Portanto, prefira títulos que pagam um prêmio acima da inflação ou CDI.
4. Setor e Saúde Financeira da Empresa
Investir em um CRA ou CRI de uma empresa sólida é bem diferente de investir em um emissor pouco conhecido. Antes de aplicar, pesquise o setor, a saúde financeira da empresa e os riscos associados.
Alternativas Mais Seguras de Renda Fixa

Se o seu perfil de investidor é mais conservador e você busca baixo risco, pode considerar opções mais seguras, como:
1. Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+ é um título público que paga um retorno fixo mais a variação da inflação. Ele possui garantia do governo federal, sendo uma das opções mais seguras do mercado.
✅ Proteção contra a inflação
✅ Boa rentabilidade no longo prazo
✅ Liquidez diária (com marcação a mercado)
2. CDBs de Bancos Médios com Garantia do FGC
Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) podem oferecer rentabilidades competitivas e contam com garantia do FGC até R$ 250.000 por CPF e instituição.
✅ Rentabilidade próxima de 1% ao mês em alguns casos
✅ Garantia do FGC
✅ Opções com liquidez diária ou vencimento longo
3. LCIs e LCAs
As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) são semelhantes aos CDBs, mas são isentas de IR para pessoa física.
✅ Isenção de Imposto de Renda
✅ Garantia do FGC
✅ Opções com vencimento curto e longo
Conclusão: Vale a Pena Investir em Renda Fixa com 1,3% ao Mês?
Se você busca rendimentos superiores ao CDI, títulos como CRAs, CRIs e Debêntures Incentivadas podem ser boas alternativas. No entanto, é essencial avaliar os riscos envolvidos, pois esses ativos não contam com a garantia do FGC e possuem baixa liquidez.
Para investidores mais conservadores, opções como Tesouro IPCA+, CDBs garantidos pelo FGC e LCIs/LCAs podem oferecer mais segurança com rendimentos ainda interessantes.
A dica final é sempre diversificar os investimentos e analisar com cuidado a empresa emissora do título, garantindo que você não caia em armadilhas.